4ª Mostra de Projetos de Urbanismo Colaborativo reunirá iniciativas de todo o Brasil

Em todo o Brasil e nos diferentes setores da sociedade há grupos organizados e articulados na elaboração de projetos e iniciativas de melhorias da qualidade da vida urbana e na transformação da cidade em lugares mais democráticos, reforçando a identidade coletiva e o senso de pertencimento. A 4ª Mostra de Projetos, atividade que ocorrerá no 4º COURB – Encontro de Urbanismo Colaborativo, visa celebrar e dar visibilidade a esses grupos, nas temáticas de Políticas Públicas e Legislação, Comunicação e Informação, Educação e Cultura, Intervenção Física no Território, Mobilização e Advocacy, Pesquisa, Projeto e Planos.

Este ano, a  4° Mostra acontecerá em Belém, Pará, no dia 26 de setembro, e terá as cinco regiões do Brasil representadas por projetos previamente selecionados pelo Instituto COURB. Estarão presentes representantes do terceiro setor, de centros de ensino, associações e movimentos, setor privado e público, de 12 cidades diferentes.

Conheça a seguir as iniciativas, apresentadas conforme cada região do Brasil: 

* textos fornecidos pelos autores

 

Região Norte 

01

Canteiros Verde, Cidade Viva

Belém/PA 

Trata-se de um movimento de moradores de bairro em prol da regeneração e preservação de um espaço verde público na cidade de Belém do Pará: um largo canteiro central que acompanha uma via (Avenida 25 de setembro, como é conhecida) ao longo de dez quadras. O coletivo enxerga o valor ambiental dessa área e possibilidades de reverter seu uso indevido como estacionamento irregular de veículos e descarte de entulho através de ações de cuidado (limpeza e ajardinamento) e da realização regular de atividades educativas, de recreação e lazer, trazendo os moradores de volta ao canteiro que eles próprios transformaram num espaço arborizado. Nesse primeiro ano, o grupo desenvolveu ações e eventos de forma regular, criou um espaço de compostagem de folhas, e tem buscado parcerias com outros  grupos.

 

02

Data Firme – UFPA

Belém/PA

Projeto de Mídia Participativa realizado através da Interação da Incubadora de Linguagens Digitais da UFPa, ILD, e movimentos sociais e ativistas da área do Saneamento no bairro da Terra Firme e outros bairros de Belém. Mídias Participativas, são um tipo de ferramenta de gestão participativa, que tem a capacidade de integrar comunidades em torno soluções, engajamento em atividades de cidadania, e controle social. A construção da mídia participativa na Terra Firme, surgiu com a reunião várias pessoas que militam pelo saneamento no bairro, contando também com a presença de participantes de outros bairros da cidade. Os resultados são debatidos on-line pelo site e pela newsletter e trabalhados com a comunidade através de oficinas. 

 

03

PArklet – Ocupando o Espaço Público – Laboratório da Cidade

Belém/PA

O Parklet é um mobiliário urbano e uma alternativa para valorizar o passeio público, incentivando a população a caminhar pela cidade e estimulando o uso dos transportes públicos e dos transportes não motorizados. A iniciativa do Parklet busca humanizar e democratizar o uso da rua, tornando-a mais atrativa e convidativa a ser vivida. Extensões temporárias de calçada promovem o uso da via pública de forma mais democrática, gerando lugares melhores para se viver e conviver.  A inserção do Parklet privilegia o convívio das pessoas em via pública, sendo um espaço público de pequena escala podendo gerar novas perspectivas de uso da rua.

 

04

Portal Participe! – UFPA/NUMA

Belém/PA

O portal Participe! é o produto da pesquisa que vem sendo desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-graduação em Gestão de Recursos Naturais e Desenvolvimento Local na Amazônia (PPGEDAM)da Universidade Federal do Pará (UFPA). Visa ampliar a participação da sociedade no processo de revisão do Plano Diretor de Belém/PA. O projeto busca analisar a participação social na revisão do Plano Diretor de Belém/PA, a fim de compreender como a população do município se expressa para o exercício do direito à cidade, no âmbito do CDU e da ferramenta eletrônica de edição colaborativa.

 

05

LAU – Liga Acadêmica de Urbanismo – Faculdade Ideal Wyden

Belém/PA

A Liga Acadêmica de Urbanismo é um grupo criado por estudantes de Arquitetura e Urbanismo na Faculdade Ideal Wyden que visa o estudo da cidade e do meio urbano. Pelo viés da interdisciplinaridade, a LAU contribui com a produção de diálogos em eventos abertos à comunidade que incentivam o público a adotarem novas perspectivas e ações a respeito a cidade. É uma finalidade da Liga oferecer subsídios ao estudante de Arquitetura e Urbanismo para que este reconheça a coexistência dos diversos contextos e relações sociais existentes nas cidades, além de aprimorar conhecimentos teóricos  através de ações práticas e contribuir com pesquisas científicas.

 

06

Cidade Para Mulheres – Laboratório da Cidade

Belém/PA 

O grupo Cidade para Mulheres surge do reconhecimento de que o acesso à cidade se dá de forma desigual entre homens e mulheres. A busca pela construção de uma cidade mais humana, democrática e sustentável sob o prisma de gênero pode nos ajudar a diminuir desigualdades no meio urbano, uma vez que funciona como um termômetro de apropriação democrática do espaço, afinal quando a cidade é segura para a mulher, a cidade é segura para todos. Por isso é imperativo incluir a mulher no papel de tomada de decisão, seja em métodos participativos de desenho de projetos, seja no papel de produtora do espaço, seja no campo político desenvolvendo políticas públicas.

 

Região Nordeste 

07

Intervenção Cartográfica do Gesso – Laboratório Urbano Experimental

Juazeiro do Norte/CE 

Uma comunidade: o Gesso, no Crato (CE). Um desejo: atrelar as práticas do ensino da Arquitetura e Urbanismo às oportunidades de responder a problemáticas socioespaciais reais da periferias. O desafio: desenvolver um processo metodológico que proporcionasse tanto a compreensão do Território Criativo do Gesso como também que servisse de input para iniciar um processo de construção de uma nova Narrativa do Lugar. Um mergulho de três meses: da Cartografia Afetiva, passando pelo desenvolvimento de planos e projetos urbanísticos, e fechando essa primeira etapa com um intervenção urbana que com pouco recurso tivesse uma potência de impactar positivamente na autoestima dos moradores e que através do redesign de uma imagem pudesse ampliar o olhar sobre a Comunidade do Gesso.

 

08

O Coque que queremos – Universidade Federal de Pernambuco

Recife/PE 

O projeto “O Coque que queremos” foi uma iniciativa de uma estudante, concluinte do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pernambuco, que desenvolveu seu Trabalho de conclusão de curso de mesmo nome com o objetivo de promover o engajamento e a participação dos moradores da comunidade do Coque na discussão de possíveis melhorias para os espaços públicos do local, por meio de metodologias interativas como mapeamento, varal dos sonhos e maquete. O trabalho contou com a parceria de duas instituições que desenvolvem projetos sociais no local: a ARCA (Ação de Rua e Cultura Alternativa) e a Igreja Batista Imperial. Colagens ilustrativas foram produzidas a partir do que foi discutido com os moradores e agora o objetivo é realizar sonhos, com a execução das intervenções. 

 

09

Meu bairro brincante – Coletivo Massapê

Recife/PE

Meu Bairro Brincante foi um processo participativo feito junto à comunidade de Jardim Brasil, em Olinda, para a intervenção em uma praça voltada para o desenvolvimento integral na primeira infância. O projeto partiu do pressuposto de pensar o espaço público sob a ótica dos primeiros anos, incluindo as crianças em todas as fases do processo, entendendo os benefícios mútuos da relação entre infância e cidade. As etapas do projeto consistiram em mobilizar os atores sociais da comunidade, realizar oficinas de ideias com escolas, crianças e cuidadores, validar o projeto junto aos moradores, realizar mutirões de construção e pintura, celebrar o projeto em uma festa de inauguração e, por fim, avaliar o processo e os resultados.

 

10

Projeto Colorindo Vidas 

Fortaleza/CE 

O projeto colorindo vidas se baseia em um mutirão de pintura das fachadas das casas em comunidades das periferias da cidade de Fortaleza e buscou reformar fachadas de casas com pintura, transformando a paisagem da rua/comunidade. Houve um envolvimento com moradores locais a partir de conversas, enviando mensagens de positividade e trabalhando juntas e juntos no mutirão de pintura, beneficiando o bairro e transformando lugares que geralmente não são prioridade para o poder público enviar recursos para obras urbanas, como as periferias.

 

Região Sudeste

11

Moradia Digna – Secretaria Municipal de Habitação de Limeira

Limeira/SP 

O Programa Moradia Digna se apoia em 4 pilares: Assistência Técnica pública e gratuita a famílias de baixa renda, que abrange os trabalhos de projeto, acompanhamento e execução da obra a cargo dos profissionais de arquitetura e engenharia necessários para a edificação, reforma ou regularização da habitação; Olaria Ecológica, na qual os participantes recebem treinamento, acompanhamento e insumos (saibro e cimento) para produção de tijolos de sua moradia; Banco de Materiais faz a captação e o armazenamento de materiais de construção doados (novos ou em bom estado) e os destina às obras das famílias atendidas pelo Programa; Capacitação de mão-de-obra é um curso oferecido para formação de pedreiro, priorizando as famílias atendidas, mas aberto a toda população.

 

12

Apropriação Temporária do Pico da Neblina – Núcleo de Urbanismo em Práticas Colaborativas – UNOESTE 

Presidente Prudente/SP 

O Pico da Neblina (espaço público frequentado, sobretudo, no início da noite para apreciar a vista da cidade) está localizado em Presidente Prudente-SP no bairro Residencial Florenza, este ocupado recentemente em relação aos demais da cidade. A movimentação de usuários que ocorre no espaço público em questão no início da noite inexiste de manhã. A partir dessa análise, os alunos discutiram e levantaram propostas: lixeiras e acentos de pallets e pneus, plantio de mudas, placas reflexivas e biombo lúdico. A realização da intervenção temporária foi significativa devido à conciliação da teoria e prática, discussão das propostas coletivamente e construção e implantação dos mobiliários. A experimentação do espaço durou 15 dias.

 

13

Das Nobres – Coletivo Formigas 

Viçosa/MG 

O projeto surgiu a partir da necessidade de uma intervenção para a construção de um salão multiuso e foram aplicadas as metodologias do Dragon Dreaming. Sua primeira fase, o sonhar, foi utilizada para iniciar aproximação. Nela as pessoas levaram todas as demandas, e então, traçou-se um plano de necessidades. A segunda fase, os participantes começaram a dividir e alocar o plano de necessidades coletivo no espaço. Então começou o desenvolvimento técnico e o estudo de viabilidade. A terceira fase, o fazer, é a etapa em que serão realizados os mutirões. Com o objetivo de gerar uma capacitação sobre as técnicas de bioconstrução. A quarta fase, o celebrar, à cada passo dado é necessário celebrar seja com lanches coletivos, dinâmicas de grupo.

 

14

FLUTUA – Universidade Federal de Uberlândia

Uberlândia/MG 

O FLUTUA, para Prefeitura de Uberlândia, foi um projeto de educação que atendeu crianças da escola e teve como objetivo ampliar o conhecimento dos envolvidos nos campos das artes, do design e da arquitetura por meio de atividades expressivas que geraram a reflexão acerca de uma melhor compreensão de si, do espaço onde vivem e da sua relação com o urbano. Através de oficinas que envolveram desenhos, expressões corporais e técnicas construtivas alternativas, propusemos a realização de um inflável que serviu não só de exercício prático e recreativo, como também de ativação do espaço. O processo buscou compreender as capacidades criativas dos participantes, para que todos tivessem a possibilidade de se sentirem parte daquele projeto, seja na ideia, no desenho ou na sua materialização. 

 

15

Agro-Gym – São Paulo Lab

São Paulo/SP

A Agro-Gym é uma academia de exercícios numa horta comunitária que foi criada e construída durante uma maratona de design colaborativo organizada pelo São Paulo Lab e parceiros em 2018. Ela consiste em 6 equipamentos movidos a energia humana que desempenham um papel na horta (de irrigação a compostagem e cuidado com os canteiros). Eles formam um circuito de exercícios que aproximam os moradores do entorno e os envolve no cuidado do espaço e na produção de alimentos de uma forma divertida e coletiva.

 

16

Identidade e Integração: A atividade no Centro De Formação e Promoção Humana de Mirante Do Paranapanema (SP) – Núcleo de Urbanismo em Práticas Colaborativas (Universidade do Oeste Paulista)

Presidente Prudente/SP 

A proposta foi a realização de um desenho artístico, grafite, em uma das paredes disponibilizadas pelo Centro de Formação. Voltada para o público de crianças e adolescentes de 10 a 15 anos, a ação foi coordenada por um grafiteiro local, que foi responsável por elaborar o desenho e ensinar às crianças o processo de execução e pintura do grafite. Outros atores monitoraram os grupos de crianças e auxiliaram ao longo de todo o processo. Além disso, a proposta de construção de mapas mentais se baseia na seguinte estrutura: com lápis e papel, as crianças devem desenhar o caminho que elas fazem de sua casa até o Centro de Formação, identificando nesse percurso e como a percepção das pessoas em relação ao espaço está diretamente ligado às suas experiências vividas.

 

17

Parquinho Vitória – Agroecologia /UFMG

Belo Horizonte/MG

O Parquinho Vitória é um espaço preservado na Ocupação Vitória em Belo Horizonte, que abarca uma nascente e córregos ainda conservados que abastecem o Córrego dos Macacos e o Ribeirão da Izidora. Atualmente está sendo apropriado pelos moradores para a construção de um espaço de lazer, compatibilizando com a conservação ambiental do espaço.

 

18

Práticas com a Permacultura na Vila Acaba Mundo – LOTE VAGO arquitetura + urbanismo

Belo Horizonte-MG

Participação e colaboração no processo de apropriação de uma área para a construção de uma horta coletiva com o intuito de preservar a nascente do córrego Acaba Mundo em Belo Horizonte e estimular a prática da permacultura entre os moradores.

 

Região Centro-Oeste

19

#transformebrasilia – Íthaka

Brasília/DF 

O Transforme Brasília é um movimento que coopera com o bem viver na Cidade, tornando a população agente ativo na construção de soluções para o melhor viver em Brasília. O Movimento é um dos pioneiros em difundir em Brasília a aplicação da abordagem Design Thinking (DT) como ferramenta para a construção de soluções colaborativas na resolução dos atuais problemas da Cidade. Desenvolve-se a partir da premissa de buscar sempre compreender empaticamente as necessidades das pessoas e atingir o equilíbrio entre o que é desejável e o que é financeiramente viável de ser produzido e implementado.

 

20

MOBilize! São Sebastião – Coletivo MOB 

Brasília/DF 

Cada vez mais motorizados, estamos perdendo a oportunidade de real contato com a rua. No intuito de olhar para os espaços públicos e entender como juntos seria possível botar a mão na massa e fazer nossa tão sonhada cidade para pessoas, o projeto MOBilize! integrou diversos grupos de São Sebastião no Distrito Federal para ocupar e transformar uma praça. A Praça do Reggae, assim batizada pela forte presença maranhense dos moradores, foi escolhida como símbolo do processo de engajamento e mobilização. Por meio de eventos de ocupação deu-se a fase de ativação desse espaço com intuito de mostrar o potencial cultural dali. Após essa fase, nos preparamos para o mutirão de transformação que levou cor e mais vida para a praça. O processo mostrou pra comunidade o poder da cidade colaborativa.

 

Região Sul 

21

Deu Praia em São Léo  – Interventura Urbanismo Colaborativo

São Leopoldo/RS 

Deu Praia em São Léo” é a união entre três ações pelo Rio dos Sinos que ocorrem no mês março, em comemoração ao dia mundial da água:  a Remada Ambiental pelo Rio dos Sinos, o Abrace o Rio dos Sinos e o Parking Day, curadoria do Interventura Urbanismo Colaborativo e Apoena Socioambiental, ambas iniciativas que atuam em serviços e projetos para a redução de impacto socioambiental.  O nome “Deu Praia em São Léo” é uma alusão à rua da Praia de São Leopoldo/RS, localizada à margem direita do Rio dos Sinos, orla que concentra vários estabelecimentos comerciais com serviços de alimentação, lazer e apreciação do rio. O Deu Praia é um espaço para reflexão e ação com vistas à memória, valorização, uso do espaço público, qualidade da água, esportes, entretenimento e contemplação do Rio dos Sinos.

Share on whatsapp
Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin

Curta nossas publicações e compartilhe

Share on whatsapp
Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin

CATEGORIAS

FIQUE LIGADO

Assine a nossa Newsletter e receba todas as novidades!

POSTS POPULARES