COURB na Youth Assembly: engajamento e desenvolvimento global

A Youth Assembly é uma conferência internacional organizada pela Friendship Ambassadors Foundation, que visa engajar estudantes e jovens profissionais de todo o mundo na implementação da agenda dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), das Nações Unidas.  

Nesta 23 edição da Assembleia, os courbanos Mariana e Bruno foram selecionados para fazer parte da delegação brasileira, e compartilham aqui as reflexões e aprendizados obtidos. O evento aconteceu em fevereiro na cidade de Nova Iorque, e foi composto de encontros junto à missões permanentes das Nações Unidas; discussões, painéis e workshops na New York University. Dentre as principais discussões, este post traz as reflexões e conceitos a partir da perspectiva de desenvolvimento global, engajamento e fortalecimento de organizações.

Desenvolvimento Global e Sociedades Inclusivas

O tema de desenvolvimento global norteou esta edição, e foi abordado a partir das temáticas relacionadas aos 17 ODS,  que buscam equilibrar as dimensões econômica, social e ambiental na promoção do desenvolvimento sustentável, e dos desafios e oportunidades contemporâneas nas diferentes partes do mundo.

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Relação de países que consideram ou não terem indicadores nacionais oficiais para monitorar a implementação dos ODSs . Fonte: SDG Index

A partir da visão holística de desenvolvimento apresentada pela representante do World Bank, Angélica Silvero, foi possível se conectar com as frentes de atuação para construção de uma sociedade inclusiva apresentadas pela Soomin Lee, do NYU Center on International Cooperation. Conforme Lee, é preciso promover a integração na atuação entre diferentes esferas e o fortalecimento de instituições. Neste sentido, ressaltou a importância do acesso público à informações; a equidade no sistema de comércio; a inclusão social, econômica e política; a participação na governança global; a consolidação de ações e políticas de migrações, prevenção de violência, urbanização inclusiva e redução da pobreza.

Sobre os desafios contemporâneos e oportunidades na América Latina, Pedro Robledo, do governo argentino, comentou sobre como é necessário aproveitar a existência de idiomas tão próximos para estreitar laços e atuar unidos pelos nossos objetivos sociais, urbanos e econômicos. Emilia Carrera, da 100 Resilient Cities, enfatizou que a resiliência é um tema chave para construir sociedades inclusivas, e também foi discutida a importância na cooperação para melhoria e estabilidade na Venezuela, pontuando que um primeiro passo seria auxiliar no esclarecimento sobre a situação atual local.

Dentre as experiências relacionadas ao Brasil, destacamos o encontro com a embaixador do Brasil na ONU, Frederico Meyer, com o Conselheiro André Maciel e com a Terceira Secretária Laura Delamonica. Em visita à missão brasileira, foi discutido o papel do Brasil nas operações de paz, que consomem a maior parte do orçamento da organização, e do conhecimento adquirido sobre tema pelo País através destas experiências. Laura reconheceu os movimentos emergentes de coletivos de juventude, mas recomendou que uma maior institucionalidade destes grupos facilitaria a sua inclusão nos fóruns de discussão internacionais. A possibilidade de se divulgar ações no Brasil por meio da página ONU Brasil foi indicada.

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Nas delegações presentes, também estavam representantes da Costa Rica, México, Nicarágua, Colombia, Peru, Argentina, Equador, Venezuela, República Dominicana.

Engajamento e Movimentos Sociais

Durante o evento, a importância do engajamento de jovens na implementação da agenda dos ODSs e em momentos de transições políticas foi muito enfatizada. Dentre as discussões, houve o questionamento de como é possível atingir maior efetividade nas ações fomentadas por movimentos sociais ao redor do mundo. Para embasar a discussão, Hardy Merriman, presidente do International Center on Nonviolent Conflict, apresentou uma categorização que compreende os movimentos a partir de 4 tipos: 1. cidadão, 2. rebelde, 3. agente de mudança e 4. reformistas. Segundo esta categorização, cada um possui ações e estratégicas específicas, e juntos, conformam um panorama de mudança social. É interessante perceber que há distintos posicionamentos no processo de mudança, enquanto alguns estão mais próximos de uma oposição pública às políticas, outros trabalham num estágio de consciência pública relacionada ao problema em que estão engajados em resolver.

Além disso, dentre os consensos observados, foi destacado que movimentos precisam de maior apoio para que possam ter ações mais efetivas. Conforme Hardy Merriman, organizações e movimentos precisam receber apoio financeiro, estrutura e capacitação para que possam continuar desenvolvendo de maneira efetiva o papel de promotores de mudanças sociais e políticas estruturais.

Fortalecimento de Organizações: Parcerias e Financiamento

Em relação a suporte para consolidação de organizações, acompanhamos a sessão sobre financiamento de organizações sem fins lucrativos, ministrada por Tracy Kaufman, da Candid Foundation Center. Os principais pontos discutidos foram:

– Diversificar as fontes de financiamento: Não se pode esperar depender apenas de recursos concedidos em editais por fundações. Em levantamento da Giving USA, foi constatado que 70% do financiamento das ONGs norte americanas vem de doações individuais e apenas 16% de fundações.

– Tipos de fundação: As fundações se enquadram como independentes, subsidiadas por uma grande empresa ou operacionais, quando custeiam principalmente seus próprios projetos. Fundações independentes buscam sobretudo resultados mensuráveis ligados à sua missão, enquanto as ligadas a empresas se preocupam muito com a visibilidade dos projetos realizados.

– Propostas para editais: Projetos para editais não devem focar na necessidade da sua organização, mas na sua credibilidade e na capacidade de atingir a missão estabelecida pela fundação. Saiba quanto pedir, sua estimativa de gastos deve ser realista.

Por fim, a Youth Assembly é um evento que ocorre semestralmente. A próxima, ocorrerá em agosto de 2019 em Washington, nos Estados Unidos. A seleção é feita pela FAF, e observa como critério experiências do inscrito em processos de liderança e seu envolvimento com as temáticas de desenvolvimento global, sustentável e engajamento comunitário. Para saber mais sobre a experiência do COURB na YA, fale conosco através do email contato@courb.org. Para mais informações sobre o evento, entre em contato com a embaixadora brasileira, Mariana Saraiva: novavozonu@gmail.com.[/fusion_builder_column][/fusion_builder_row][/fusion_builder_container]

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